quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Milagre, dizem eles...

É perfeitamente compreensível que numa situação devastadora como a das cheias na Ilha da Madeira, as pessoas, perante o desespero da destruição de tudo o que construíram ao longo das suas vidas e perante os familiares e amigos que perderam, se agarrem ao menor sinal de esperança num futuro melhor.

No entanto, notícias como esta deixam-me profundamente revoltado e irritado. Isto porque acho no mínimo horrível que, existindo um Deus, e tendo ele uma catástrofe perante si em que morreram várias pessoas, em que várias casas, campos e negócios ficaram arruinados, que a única coisa que ele se lembre de salvar é a mera imagem duma santa.
E no meio disto tudo faz-me confusão ainda virem dizer que é milagre, e virem também bispos dizer que é um sinal dos céus. Muito bem! Deus, Todo Poderoso, em toda a sua glória, vai e salva: uma estátua... Sinceramente, milagre acho que seria não ter morrido ninguém. Aí sim convenciam-me de alguma coisa.

Posso estar a ser insensível e despropositado, mas recuso-me a acreditar num Deus materialista cuja principal preocupação é salvar estátuas de porcelana, madeira ou do raio que o parta em detrimento de vidas humanas. É que imagens de santas não faltam e quem as fabrique também não. Agora seres humanos, pode haver muitos, mas cada um deles é único.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

"Eles andam aí" e ainda bem

Há muito tempo que não me ria tanto com um anúncio de televisão. Afinal, ainda se faz boa publicidade por aí.
Os meus parabéns à Compal, pois não só conseguiu captar a minha atenção, como também me deixou curioso para provar o novo Compal Ameixa.

Aqui ficam os anúncios:







quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Dissonância Cognitiva

Das coisas mais assustadoras que presenciei na vida, uma delas é sem dúvida assistir a comentários xenófobos e racistas serem proferidos por uma velhinha simpática de 80 anos.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Liberdade(s)

Confesso. Exagerei neste post e faço-o com frequência quando pretendo chamar a atenção para determinados assuntos que considero importantes. Obviamente que não estamos em regime de censura nem nada que se aproxime daquilo que se viveu antes de 25 de Abril de 1974, pois caso fosse nem eu estava aqui a barafustar à minha vontade, nem muito menos se estaria a falar em todo o lado publicamente de censura sequer. Nem os directores do Sol estariam ainda soltos que nem passarinhos... E vivos.

No entanto, as audições de hoje no parlamento (aqui e aqui) dão alguns indícios de hábitos pouco saudáveis por parte dos nossos governantes e afins para pressionar, condicionar e até decidir que informação nos chega às mãos e através de que meios.
O meu problema não é tanto se cada um pode ou não dizer o que bem lhe apetece. O meu problema é mais sobre uma questão de confiança.
Se sabemos que por natureza as notícias, por mais imparciais que sejam, sofrem sempre de algum tipo de parcialidade, que dizer então quando vem a público a mera suspeita de tentativas de controlo dessa informação por parte do governo de um país, por parte de grupos económicos, e por aí adiante?

É essa Liberdade que me preocupa perder. A Liberdade de poder confiar naquilo que me chega através dos media. De poder aceder, à minha vontade, às fontes que quiser e ter a garantia de que estou a ser informado sobre o que de facto se passa, e não a ser apenas entretido por uma fantasia de alguém com intenções mais obscuras. Enfim, liberdade de acesso ao conhecimento puro, se tal é possível.

Espero sinceramente que todo este arraial que se montou traga esclarecimentos e que, em caso de comprovadas as pressões, independentemente de quem, de onde e de que sentido vieram, os infractores sejam realmente punidos.
Para bem da nossa liberdade. A de acreditar.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A brincar, a brincar...

(Ontem, em casa da minha avó enquanto para variar descascava na política e nos políticos deste país)


Avó: Ai rapaz, tanta coisa com a política... Porque é que não vais para lá tu?

Mãe: Pois, já lhe falei nisso. É sempre tão preocupado e interessado com essas coisas.

Eu: ... Estou chocado. Dois elementos da minha família desejam como futuro para o seu descendente uma vida de criminoso. Quem diria?...

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Valenine's day is overrated

Se não achasse que o dia de amanhã é uma parvoíce pegada e um claro aproveitamento para apelar ao consumismo desenfreado e, pronto admito, se tivesse a quem o fazer, era rapaz para dedicar uma destas a alguém:




Aos que "têm" alguém, só peço uma coisa. Não caiam na esparrela que é este dia e simplesmente amem-se. Independentemente dos dias.



(... Estou a ficar lamechas de mais para o meu gosto...)

Neandertais ao volante

Cada vez mais começo a aperceber-me que os sinais de trânsito têm um significado diferente em Lisboa. É que para mim o sinal de cedência de passagem significa que devo ceder a passagem, quando entro numa estrada, a quem já lá está nela e está próximo desse cruzamento. No entanto, parece-me que em Lisboa o sinal significa mais "que se lixem os outros! Isto é tudo meu!"

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Onde é que já vimos isto antes mesmo? - Reloaded!

Hoje sinto que saí do trabalho e entrei num país diferente. Agora tentam impedir a publicação de um jornal. Que farão amanhã? Volto a afirmar o que disse aqui antes. A História começa a repetir-se, e não me está a agradar nada o caminho que leva.

Mas no meio disto tudo, se me assusta muito poder vir a perder direitos e liberdades conquistadas por outros há 35 anos atrás, mais me assusta ainda aperceber-me que um país inteiro assiste impávido e sereno, sentado confortavelmente no seu sofá, a um roubo destes como se não fosse nada com ele.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Rainny Days

A chuva cai-te pesada sobre os ombros.
E choras.
Mentiram-te. Os teus pecados não escorrem com ela; os demónios que te atormentam não se afogam; a tua alma continua suja.
E cada vez mais pesada cai sobre ti.
Mas a chuva não te preenche o vazio. O seu toque não te traz o conforto por que tanto anseias. Nada o faz.
E desistes. Nunca soubeste fazer outra coisa.
A chuva cai-te pesada sobre os ombros.
Indiferente à tua presença.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Kicking my Self's ass

A eles ninguém perguntou se queriam deixar de ser crianças. A eles ninguém os deixou escolher o futuro.

Por isso, que egoísmo é esse agora?! Tiveste tempo de sobra. Se a vida te passou ao lado, corresses atrás dela. Não a deixasses fugir.
Acabou-se a brincadeira, rapazinho. É hora de assumires o controlo. É hora de retribuir. Mesmo que só te peçam que sejas feliz.

É hora de seres um homenzinho.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Onde é que já vimos isto antes mesmo?...

«O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa. (...) fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado” (...) Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”.
(...)
Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009. O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”. O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”. Foi-se o “problema” que era o Director do Público. (...) o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP (...)»




Eu podia jurar que já tinha ouvido uma história destas começar assim em qualquer lado... Entre 1933 e 1974, salvo erro. Deve ser só impressão minha, se calhar...


Sinais de paranóia, ou de facto começa aqui a cheirar mal? Independentemente dos gostos "jornalísticos" de cada um, e por muito discutível que seja o profissionalismo de alguns desses mesmos senhores como já aqui foi defendido até.