terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Sufocos


A sensação de que a vida me escorre por entre os dedos como grãos de areia é cada vez mais recorrente. Possivelmente paranóias de um recém trintão com assuntos mal resolvidos, ou o eventual momento de experiência fora de corpo, que ocorre desde que me conheço como gente, de olhar sempre reprovador.

Isso tudo ou apenas o resultado de um sentimento de culpa latente, exsudado de um corpo e mente que já não recuperam como antigamente ao serem forçados a trabalhar numa terça-feira de Carnaval depois de uma noitada mascarado de Tartaruga Genial algures por Évora.


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Quando os memes transbordam para a vida real


Finalmente um tema suficientemente idiota para ser abordado neste espaço. Parece que o presidente da Islândia causou "polémica" ao dizer, em tom de graçola, que se pudesse bania o ananás das pizzas (ler aqui).

Alguém que frequente a Internet há algum tempo, saberá que há todo um movimento anti-ananás em pizzas por aí, ao ponto de existir todo um rol de memes para aí desde 2009 sobre o assunto (ler aqui). Acredito que o presidente da Islândia soubesse disso e que tenha tentado aproveitar a onda e posicionar-se do lado aparentemente mais popular, mas o tiro saiu-lhe pela culatra ao esquecer-se de toda uma outra tendência nas redes sociais: onde apareça alguém minimamente famoso a formar uma opinião, ainda que seja em forma de piada, surge sempre um grupo de indignados anónimos para arrasar essa opinião.

Já eu, confesso-me surpreendido. Sendo que sempre pertenci à minoria que não só adora ananás nas pizzas, como só consigo tolerar o raio do fruto se estiver numa pizza (e vá, em tostas também, mas não vem ao caso agora!), vejo neste momento toda uma revolta a favor desta minoria e todo um apoio onde antes só existia desprezo e ódio virtual irónico. Por isso, obrigado sr. presidente da Islândia por me fazer sentir menos só. Apenas lamento é a sensação de que a companhia seja composta de Trolls. É mais ou menos como de repente estar a viver fisicamente dentro do site 4chan. Temos a companhia de seres vivos sim, mas o preço a pagar por isso é acabarmos com a nossa alma conspurcada e quebrada para a vida.

Vamos então manter a Internet dentro da realidade virtual, está bem? A sanidade mental da humanidade agradece.... Pronto, é apenas a minha sanidade mental que agradece.


sábado, 18 de fevereiro de 2017

Sabes que falaste de mais do novo presidente dos estados unidos...


... quando o tráfego do teu blog está neste estado:





First world problems - considerem-se avisados para o conteúdo vazio deste post



Um tipo agora chega a casa do trabalho, liga a televisão num dos poucos canais onde sabia que ainda conseguia assistir a entretenimento alternativo e apercebe-se que "O melhor futebol do mundo está na SIC Radical". A sério? O que vamos ter a seguir, Sr. Pedro Boucherie Mendes? Documentários de caça e pesca na SIC Mulher? Programas de saúde e bem-estar na SIC K?...

Eu percebo que nestas coisas as audiências é que mandam, e que para futebol há público em excesso, ou não estivessem já os canais generalistas e de notícias deste país a passar e a falar de bola a toda a hora, mas fui levado a crer que o propósito deste canal seria o de mostrar conteúdos alternativos aos canais generalistas e arriscados até, "fora da caixa". Futebol brasileiro - que me desculpem os peritos da televisão - na minha opinião de consumidor não é nada disso, é mais do mesmo.

Já estive mais longe de aderir ao Netflix...



domingo, 12 de fevereiro de 2017

E é só isso



Nada como um fim-de-semana de correria entre Évora e Lisboa para espantar os espíritos. Uma amálgama de pouco sono, muito riso, comida boa, reencontros com as ilusões do passado, promessas de novas ilusões, música de encher a alma, e de beijos inesperados na bochecha.

E um beijo inesperado na bochecha por vezes é tanto.


Das coisas épicas








Ontem tive o privilégio de ver estes senhores ao vivo. E estou rendido.



sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Das coisas que não mudam


Ao vasculhar os rascunhos deste blog, numa tentativa fútil de procurar ouro em mina esgotada, tenho descoberto mais sobre mim e as minhas disfuncionalidades sociais do que conscientemente esperaria.

Algures no meu passado tive um momento raro de lucidez e, sem dar conta, resumi toda a minha vida amorosa num título de um rascunho praticamente em branco:


«Meu bem, não é amor, é luxúria
Há que não nos iludirmos.»



De facto, nada mais há a acrescentar...