quinta-feira, 25 de abril de 2013

Constatações do dia

Hoje é dos poucos dias neste país em que nos é permitido celebrar sonhos e utopias. Mas enquanto observava as celebrações de cantigas revolucionárias e de foguetes, reforçados e prolongados oportunamente em ano de eleições autárquicas para manter o povo entretido, satisfeito e esquecido, reparava no sabor a vazio e a incompleto daqueles festejos e na sensação de «é preciso que algo mude para que tudo fique na mesma» que se respirava por ali. Hoje, neste país, celebra-se acima de tudo o dia da Memória, da memória não só de todo o progresso que alcançámos, mas principalmente de tudo aquilo que ficou por cumprir, de todo um esforço colectivo surripiado pelo tempo e pela nossa malfadada chico-espertisse que cada vez mais parece querer fazer-nos acreditar que tudo terá sido em vão.

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