domingo, 8 de janeiro de 2017

Um velho do jardim


Do alto do jardim vê-se toda uma parte da cidade. Velhos labirintos de ruas formados pelas brancas casas encosta abaixo desaparecem na muralha até dar lugar a campos verdes sem fim percorridos por estradas onde por vezes se vislumbram carros a passar. O céu cinzento ameaça cair sobre toda aquela paisagem enquanto um velho de olhar cansado e triste fita o horizonte sentado no muro mais próximo. Enquanto ajeita a boina no topo da cabeça, suspira e pega um lenço do bolso com o qual limpa a fronte, sem nunca retirar da paisagem o olhar perdido. Busca, quem sabe, na vastidão do cenário o fio à meada de toda a uma história de vida ou, talvez procura se a linha do horizonte se mantém no mesmo sítio.



(rascunho inacabado de 19/02/2013.
Trazer à luz do dia devaneios obscuros do passado
 é um exercício de introspecção no mínimo curioso.)



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