São raras as séries que me prendem com entusiasmo do princípio ao fim e mais raras ainda aquelas que me conseguem envolver emocionalmente no seu enredo e deixar-me completamente desarmado no final de cada episódio. Aliás, até ao momento, apenas a série The Walking Dead se encontra nesse pedestal. Uma série sobre um Apocalipse zombie que vai muito mais além dos zombies. É a luta pela sobrevivência dos vivos que cativa, são os dilemas existenciais que as personagens vivenciam que nos apaixona, é a discussão subjacente do significado de ser Humano e das implicações da Humanidade num mundo em completa ruína que nos arrebata. E isto jamais seria possível, obviamente, sem boas personagens, bem construídas e interpretadas, com profundidade e credibilidade, que nos façam criar paixões e ódios e que obriguem a colocarmo-nos na sua pele e indagar sobre o que faríamos no seu lugar. E uma dessas personagens, para mim, é o Dale, o velhote calmo e simpático, a voz da razão e do bom senso que tenta a todo o custo evitar que aquilo que faz de nós pessoas se perca pelo caminho de uma sobrevivência que se impõe a qualquer preço. Fiquei por isso arrasado com o último episódio que deu há pouco (episódio 11, segunda temporada), que se revelou crucial para o destino desta personagem e que coloca de certa forma, na minha opinião, em causa o percurso das restantes. E como disse, uma série conseguir deixar-me assim não é fácil.
E por isso digo que esta série é brilhante e assim que puder vou arranjar e devorar a BD em que se baseia, pois se a série é assim, o material de origem só pode ser genial.