A morte é o supremo acto verdadeiramente democrático. Toca a todos, quaisquer que sejam a sua raça, condição social e até mesmo carácter. É inevitável. Daí que seja também algo morbidamente irónico esta condição de inevitabilidade ser um dos grandes medos da humanidade. Ali não há cunhas nem estratagemas que a consigam evitar de forma permanente. Morremos e pronto. Mesmo que, depois de morto, se tente à pressa varrer para debaixo do tapete tudo o que de reprovável o morto fez, numa tentativa vã de expurgar aquela identidade do seu verdadeiro carácter. Talvez não nos apercebamos, mas até aí a pessoa morreu de vez, pois a memória do ser perfeito que queremos forçosamente que fique eternizada não reflecte aquilo que é a realidade de quem ela alguma vez foi.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
bravo.
patrícia, apesar da morbilidade do tema, obrigado! :)
Enviar um comentário