Na secção de bebidas de um dos milhentos Pingo Doce desta cidade, procurava por um refrigerante quando uma jovem de saudável aspecto e perdidos olhos azuis se dirige à minha pessoa:
«Moço, cê pode me ajudar? Quau vinho é bom?»
Imediatamente atrapalhado, hesito, ainda menciono que não sou a melhor pessoa para sugerir vinhos e fico durante uma eternidade de sensivelmente um minuto a olhar perdido para as garrafas de vinho à minha frente que nunca tinha visto antes na vida, até que pergunto:
«Mas tem preferência por algum tipo de vinho? Tinto, branco, verde, rosé...?»
«Queria um suave, não muito forte, aveludado... Branco ou rosé.»
Respiro de alívio, pois posso não perceber nada de vinhos, mas sei qual é o melhor rosé que conheço. Procuro pelas garrafas de Mateus, e digo-lhe:
«Estes! Estes aqui são bons. Sei-o por experiência própria...» afasto-me com um sorriso atrapalhado, volto atrapalhado para acrescentar um «ah! convém bebê-lo bem fresco... então... boa tarde!» e saio apressado do corredor das bebidas.
Como se não me bastasse já a (talvez mais) rapariga do bar, a estagiária, e a rapariga da t-shirt do Batman, tinha que me calhar agora a rapariga da secção de bebidas do Pingo Doce, para me esfregar na cara à descarada que, na verdade, o problema não é a falta de oportunidades. O problema é eu ser um parvalhão mesmo.
2 comentários:
É lixado quando o cérebro nos deixa ficar mal nessas situações :P pelo menos quando falas consegues construir frases coerentes, já me aconteceu nem sequer dizer coisa com coisa XD viro costas e sinto-me muito, muito estúpida.
Mas também é na estupidez que se encontram pequenos mas felizes momentos :D
http://youtu.be/AYM3yNUIs3M
Ah, eu sou perito em abrir a boca e só sair "porcaria". Isto aqui, por escrito, é que parece coerente. Geralmente não é... ;)
lol E sim, por vezes a estupidez é uma bênção. =P
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