quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Take 2

Sai do quentinho do metro e sobe as escadas para o Saldanha. O frio esbofeteia-lhe a cara enquanto prossegue calmamente pela Avenida como um fantoche arrastado, quem sabe a ver se encontra alguma reacção espontânea. Tudo parece cinzento e distante, e falta sabor naquele quadro. Os dias parecem-lhe um déjà vu constante de um sonho mal dormido. Regressa a casa, o sol já se foi há algum tempo e o frio volta a fazer-lhe companhia. É amanhã. Amanhã o seu futuro será decidido e reza para que lhe apontem o caminho fácil. Está farto de decisões difíceis, de ter de escolher entre o menor dos males e, principalmente, desta maldita dormência. Mas agora não quer mais saber. A cama espera-o e não lhe promete nada mais que um conforto provisório. E isso, por agora, chega.

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