quarta-feira, 29 de junho de 2011

Da Natureza

Ah, a Natureza! Os pássaros cantam alegremente por entre as folhas verdejantes das árvores que ondulam ao sabor de um ameno vento de Verão. Os grilos manifestam-se impacientemente sob o infinito céu estrelado ausente de nuvens... É inquestionável a beleza da Natureza. Pelo menos, até ao dia em que Ela nos entra pela porta adentro e nos invade abruptamente a casa.
Sabemos que a nossa casa está velha quando, em todas as épocas quentes, assistimos a formigas percorrerem atarefadas as paredes e instalarem-se na cozinha e no lavatório da casa de banho; quando gafanhotos, besouros, abelhas e osgas entram impávidos pelas janelas e fazem pequenos descansos nas camas dos nossos quartos. Mas apesar de tudo isso, só sabemos mesmo que a nossa casa é um caso perdido quando, enquanto nos dirigimos para um revigorante primeiro duche da manhã, nos deparamos com o chuveiro já ocupado por uma simpática e gorda barata castanha do tamanho de um polegar.
Sim, a Natureza é muito bonita e enternecedora. Mas só da porta de casa para fora.


P.S. - Há que reconhecer a fama de resistência das baratas. Somente um ser vivo que após ser esmagado constantemente por um objecto comparativamente gigantesco e ainda assim se consegue mexer poderá sobreviver a um Apocalipse nuclear.

Sem comentários: