quinta-feira, 20 de maio de 2010

Fast-food Love (ou os devaneios de um louco ensonado)

Contemplo-te em silêncio os suaves movimentos e o delicioso sorriso. Anseio pelo toque delicado da tua pele e pelo brilho revigorante dos teus olhos. Quero consumir-me em ti e desaparecer por entre a lascívia do teu corpo. Todavia, não sei se te quero ou se preciso de ti. Se não passas do resultado de desculpas e desculpas com as quais me tento esquivar constantemente à simplicidade dos amores descartáveis. E então deixo de te reconhecer, pois perco-me na memória de todas aquelas que és, que foste e que virás a ser. Porque na verdade não existes. Não passas daquilo que quero que sejas. Um refúgio seguro da vã esperança. Uma ferramenta do prolongamento desta doce ilusão. E que afinal, mesmo não te usando, uso-te. Tão descartável como aquilo de que me convenço que evito.