Enquanto procurava por espaço num caderno usado, para o voltar a usar nos apontamentos do novo estágio, deparei-me com o seguinte "texto", da minha miserável autoria, e que me fez soltar um sorriso embaraçado:
«Quero arder no calor dos teus olhos. Mergulhar nas profundezas dos seus abismos e beber de tudo aquilo que já viveram. Quero consumir-me na paixão desse olhar assassino capaz de dizimar o solitário império em mim edificado e apaziguar de vez a penosa inquietude desta triste existência.»
Mais embaraçoso ainda foi constatar que, tendo em conta o caderno em causa, esta pérola muito pouco brilhante terá sido regurgitada, em circunstâncias incertas, algures entre finais de 2008 e o ano de 2010, logo há relativamente pouco tempo. E, como se não bastasse, já não faço a mínima sobre a que beldade feminina pertenciam os olhos em causa e que tanto furor me causaram na altura.
De resto pouco mudou. Aparentemente continuo à procura de alguém que me consuma de tal forma que me faça desaparecer da face do planeta; qualquer olhar bonito e matador me "desperta a atenção"; e o estilo de "escrita" continua a deixar muito a desejar.
*(Ou, como fazê-las fugir a sete pés)